A UMIC vai actualizando o seu site com algumas informações que poderiamos achar interessantes. Entre essas informações encontra-se a de umas jornadas da Fundação SIDAR".
Essas jornadas propõe um rascunho para conclusões com o seguinte texto:
Propomos às Autoridades das Cidades e Localidades as seguintes estratégias que as levarão sem dúvida a dotar os seus cidadãos da oportunidade de participar activamente na Sociedade da Informação acessível e inclusiva para todos:
Estratégias sobre a produção ou concepção da informação
A experiência nas administrações públicas que conseguiram avanços em prole de uma comunicação acessível para todos, dá-nos conta que os elementos que se seguem, que podem ser implementados de uma forma gradual ou simultânea, demonstraram ser uma valiosa ajuda:
- Inclusão de uma cláusula de acessibilidade em todos os contratos de desenho, desenvolvimento ou manutenção de páginas, sítios, ou serviços Web, para a administração pública.
- Redacção ou publicação de um anexo para as aquisições ou cadernos de encargos da administração pública no qual se explicitem e clarifiquem os requisitos de acessibilidade para os conteúdos na Internet.
- Inclusão de uma cláusula nos regulamentos dos programas e gestores de fundos públicos, que obriguem a conformidade para com as directrizes de acessibilidade a todos os projectos que incluam conteúdos para Internet e que sejam financiados total ou parcialmente por fundos públicos.
- Estabelecer um centro auditor da acessibilidade das administrações públicas, que não apenas vigie o cumprimento dos requisitos de acessibilidade mas que sirva como centro de referência e apoio para os webmasters da própria administração, assessorando-os nas técnicas e conhecimentos necessários para implementar e manter a acessibilidade.
- Promover as boas práticas, mediante a sua exposição atráves da constituição de uma "Galeria da Acessibilidade" e de instituição de menções públicas ou compensações de diversa ordem.
- Estabelecer um serviço público de certificação da acessibilidade, preferencialmente a partir de uma entidade normalizadora e certificadora do Estado, baseada numa norma técnica previamente publicada ou, caso não exista, que a referida entidade apoie as organizações de referência neste campo no estabelecimento da certificação.
- Publicar periodicamente estudos de diagnóstico de determinados sectores chave da sociedade civil, como por exemplo a banca, hipermercados que ofereçam os seus produtos através da Internet, centros de comércio electrónico, centros de lazer (venda de entradas para cinemas e teatros), etc.
Meus comentários
- Não entendo como é que não faz já agora (e já há algum tempo) parte desse tipo de contrato cláusulas quanto à qualidade dos sítios (a acessibilidade seria só um componente dessa qualidade). Acho pois esta recomendação excessivamente simplista, mas também acho que tem que se começar por algum lado.
- Aqui parece-me que não se deve inventar muito. Olhe-se para as recomendações/directrizes existentes e se for caso disso façam-se adaptações (não se invente a roda por favor). Só se devem acrescentar algo se for estritamente necessário.
- Totalmente de acordo (acho mesmo que não só deviam fazer cumprir as recomendações de acessibilidade como deviam fazer cumprir as recomendações mais gerais na linha do WaSP. Acho mesmo que no caso de não cumprissem quer com as regras de acessibilidade, quer com as regras mais gerais se deviam estabelecer as "penas" a aplicar.
- Quanto ao centro auditor da acessibilidade das administrações públicas, algo que devia ser feita além do indicado seria permitir um escrutínio público activo das más práticas, não com a finalidade principal de penalizar os organismos públicos/empresas fornecedoras, mas levam a uma mudança de atitude.
- Acho que a promoção de boas práticas deveria incluir sítios piloto de demonstração (no sentido que que se podia observar um caso prático em funcionamento). Os sítios que apresentassem boas práticas deveriam ter louvor público (um ícone que pudessem ostentar e não a coisa ridícula que significa ter um buraco de fechadura) das pessoas responsáveis pelos sítios. Essas pessoas deveriam ser incentivadas a tornar públicas em formato acessível ao todos nós sobre a maneira como concebiam o sítio ou sítios em causa.
- Não gastem dinheiro, numa primeira fase, em serviços públicos de certificação de acessibilidade. Façam uma revisão por processo automático e uma autoavaliação e avaliação pelo próprio público. Não criem normas técnicas num campo em permanente actualização. Usem as normas / recomendações / directrizes existentes e confrontem-nas com os vossos próprios sítios.
- Não publiquem só estudos de diagnóstico de.... Vejam em série temporal se cada sector chave faz algum esforço.
Aquilo que cada um de nós pode fazer
Sem necessidade de sermos obrigados a fazer, podemos, cada um de nós, fazer um pequeno esforço para melhorar a situação. Se por exemplo visitarem a página traduzida das WAI pela UTAD podem verificar que a página mesmo não sendo validada está muito próximo de ser acessível (talvez com a excepção de uma linguagem demasiado técnica, mas parece-me que neste caso perfeitamente aceitável).
Depois cada uma das pessoas que se ache com essa capacidade tome um sítio debaixo da sua asa e faça uma avaliação humana da acessibilidade nesse sítio e faça conhecer ao responsável pelo sítio aquilo que tenha encontrado que possa ser melhorado. Espere algum tempo e se ele não lhe responder (quer alterando quer enviando-lhe um e-mail) trate de assinalar o facto num local eventualmente a criar.
Assinale os problemas que encontra indicando o problema, para que incapacidade isso pode ser gravoso, que mecanismos alternativos utilizaria, que meios (computador, programas, telemóvel, pda, etc).
Não nos podemos esquecer que a internet não tem só como potencial utilizador o utilizador do computador, julgo que no futuro haverá provavelmente mais utilizadores de meios alternativos e esses devem ser contemplados.
Eu vou continuar a alimentar a minha lista de sítios públicos e vou tentar ver se evoluíram muito entre 2003 e a actualidade quer em relação as web standards quer em particular à acessibilidade. É curioso que não vi até agora nenhum sítio de ministério que não usa-se tabelas para layout. (Não use o telemóvel nestes sítios). Alguns acham mesmo que toda a gente tem JAVA activo, ou imagens.
Parece-me que o caminho será longo, mesmo muito longo. E acho que de facto é genérico em todo o mundo, não é só uma questão nacional.
Já agora quem saiba de algum sítio empresarial ou público que cumpra com as recomendações da WSP cá fazia o favor de me enviar esse dado. Desde já os meus agradecimentos.
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