Se é cidadão europeu e acha que os direitos autorais de registos sonoros não devem ser extendidos para lá dos 50 anos então leia cuidadosamente o artigo a que esta entrada está associada e depois de refletir assine a petição lá indicada.
Web,ruby, Ajax ou qualquer outra coisa que me venha a cabeça (com prioridade para esta última)
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1 comentário:
Recebi há pouco tempo um mail acerca de comentários de artistas portugueses sobre os direitos de autor. (isto já foi há uns tempos e postei no meu blog).
Talvez eu esteja mal inserido nesta realidade, mas algo não deverá ser como o pintam e até será uma situação dúbia e mal compreendida.
Por exemplo, a Mafalda Arnauth comenta:
«Por favor, façam de um disco um amigo, escutem-no onde é possível, deixem-se seduzir por ele, descubram-no e se ele merecer, comprem-no, ofereçam-no a outros ou esperem que alguém faça o mesmo por vós … porque só assim é que nós podemos garantir que vamos ter a possibilidade de continuar a fazer mais!»
MAFALDA:
Estão a enganar-te.
Convenceram-te que os músicos têm que viver das migalhas das editoras e que sem vender discos não há música.
É treta e vou tentar mostrar que ser músico não é assim tão diferente de outras profissões.
Um artista como a Mafalda tem que ter uma longa formação especializada, o que exige muito tempo e dedicação.
Um investigador também; no meu caso foram cerca de 14 anos desde que comecei a licenciatura até que terminei o pós-doutoramento.
Um artista tem que ser criativo no seu trabalho.
Um investigador também; não se publica um artigo científico a nível internacional sem inovar, sem criar algo que não existia até então.
Um artista tem que ser dedicado, pois compor e gravar um álbum dá muito trabalho.
Um investigador e professor também; as aulas não se preparam sozinhas, e atrás de cada artigo de uma dúzia de páginas podem estar meses de trabalho e criatividade.
Claro que há muitas diferenças entre a mim e a Mafalda (basta ver as nossas fotografias ... os meus alunos prefeririam de certeza que fosse a Mafalda a dar-lhes aulas).
Mas a diferença mais relevante é que eu sou pago pelo trabalho que faço, enquanto que a Mafalda recebe uma parte do lucro da editora.
E é aqui que estás a ser enganada, Mafalda.
Todo o trabalho criativo que eu faço é livre.
O software que escrevo pode ser descarregado da minha página, não cobro aos meus alunos quando usam o conhecimento que lhes transmiti, nem recebo dinheiro quando outros usam os métodos que desenvolvo ou os resultados que publico.
Mas isto é óptimo para mim, porque ninguém me pode privar do fruto do meu trabalho.
A maioria dos artistas como a Mafalda não tem tanta sorte, por causa dos direitos de autor.
Apesar do nome, raramente são do autor.
É a editora que detém os direitos sobre o que o artista cria, e é isto que torna o artista dependente dos lucros da editora.
Em vez de pagarem à Mafalda pelo trabalho que faz, privam-na dos direitos sobre o que cria em troca duma parte do dinheiro das vendas e assim sem vendas a Mafalda não se safa.
E se fosse há uns anos a Mafalda não tinha alternativa.
Não seria prático ter a sua fábrica de discos ou CDs e carrinha para os levar às lojas.
Mas agora a Mafalda pode fazer chegar a sua música a milhões de pessoas.
E numa audiência tão grande há certamente muitos dispostos a pagar à Mafalda pelo seu trabalho: por concertos, para gravar um álbum, para compor.
Assim a Mafalda pode começar a ganhar a vida como qualquer outro profissional que é pago pelo trabalho que faz.
Mafalda, compreendo que a Universal fique alarmada quando milhões de pessoas podem ouvir a tua música sem pagar.
Mas para ti é bom que não tenham que pagar à tua editora para ouvir a tua música.
É bom porque a maioria dos teus admiradores prefere pagar-te a ti pelo teu trabalho do que à Universal pelos direitos que te tiraram.
A tecnologia no século XX tornou artistas como tu dependentes de uma infraestrutura dispendiosa que tinha que ser subsidiada.
Mas essa dependência acabou.
A bem dos músicos e da música, tentem compreender isso.
Segue-se a lista dos "benfeitores" dos nossos artistas.
Os que dão o milho aos "pardais" !:
AFP, APEV, GDA, GEDIPE, FEVIP e SPA
(Lamentavelmente não sei quem foi o autor deste bonito conto de artistas e ladrões!
As minhas desculpas!)
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