Web Standards em Portugal
Por vezes sou um chato em relação à utilização de web standards e da importância dessa utilização. Não me preocupo só com os aspectos formais da questão mas preocupa-me a utilização por exemplo de html (ou xhtml) que não esteja conforme os standard.
O problema é que normalmente a uma má (lei-a-se não conforme os standards) utilização de elementos e/ou atributos no html sucede uma má experiência de utilização por parte dos utilizadores do sítio.
Dizendo de outra forma validar html e/ou css não deve ser um fim mas um meio para alcançar algo. Isto não significa que não possa haver situações onde não haja validação. Agora coisas básicas como um charset
mal indicado, um DOCTYPE
mal indicado não são aceitáveis.
Por exemplo quando se quer massificar a utilização das declarações electrónicas no ministério das finanças devia ter-se em conta que nem toda gente tem instalado JAVA no seu computador, nem todas as pessoas chegam à página das declarações da mesma forma. A necessidade de scripting aparece como uma mensagem ao visitante "o seu navegador não tem capacidade de scripting ou esta está desactivada". O que devia suceder era haver conteúdo alternativo em seu lugar e não isto (mas é melhor que o caso que me trás hoje aqui). Ao dificultar a um certo número de pessoas a usabilidade do sítio está-se de facto a fomentar a sua não utilização. Se um dia for obrigatória a entrega de todas as declarações por via electrónica espero que se lembrem de todos e não façam como a FEMA nos EUA que usou formulários que só podiam se preenchidos no IE para pessoas que pedissem ajuda na sequência do Katrina.
Se o computador estiver por detrás de uma firewall, que extirpe elementos activos, podem mesmo não ter acesso a nenhum dos conteúdos activos existentes nesta página e não há uma degradação que seja aceitável.
O Ministério da Saúde
O ministério da saúde está agora a construir a sua nova presença na Web, não faço ideia se têm nesta nova versão este tipo de coisas em mente. Espero que não usem a técnica no sítio da Direcção Geral de Saúde, sem javascript, página em branco.
O respectivo construtor masterlink.pt parece ter muito cuidado com o aspecto gráfico esquecendo que a concepção de páginas web ultrapassa em muito o aspecto. Esta estratégia provoca problemas para quem necessitar ampliar o texto, mesmo que tenha o JavaScript activo.
Ou seja o código até pode ser de 1ª água (não sei porque não o verifiquei ainda) mas se verificarem as regras de acessibilidade e usabilidade (quem não tem acesso nem sequer pode usar) é dito que no caso de um conteúdo importante ser obtido com um script se deve fornecer uma alternativa (noscript
). Parece-me que o conteúdo (todo neste caso) do sítio é a sua razão de existência, pelo que não me passa sequer pela cabeça que se fez um sítio para só ser visto com JavaScript activo. Por acaso adoraria ser mosca.
Realmente o sítio da Direcção geral é um sítio com frames (gerados pelo JavaScript). Não entendo que razão possa levar uma entidade pública a criar/deixar criar um sítio deste género. Mas deve haver alguma que não seja pura incompetência do dono ou excesso de zelo na obfuscação do conteúdo.
Já repararam que uma das regras básicas de construções de sítios governamentais numa série de países a primeira coisa que têm é uma exigência de simplicidade...como podem ler nesta minha tradução apressada: construção de acessibilidade universal do sítio do governo de sua majestade.
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