Web,ruby, Ajax ou qualquer outra coisa que me venha a cabeça (com prioridade para esta última)

24 setembro, 2005

Comprimento da linha e facilidade de leitura no ecrã

Um tema que parece nunca desaparecer é o do tipo de arranjo CSS: fixo, fluído, elástico ou gelatina.

Estou cansado disto tudo. Um arranjo que não use como unidades in, cm, m, pt está de acordo com a orientação WCAG 1.0 3.4 ("Utilizar unidades relativas em vez de unidades absolutas"). Tal significa que pode usar px o que parece que o WAI não sabe, visto não saber ler as especificações do próprio W3C, px é uma unidade relativa.

De qualquer modo, os proponentes re arranjos fixos dizem que para tamanhos de tipos de letra típicos o arranjo fixo pelo menos regula a altura da linha, que como toda a gente sabe, funciona melhor com cerca de 72 caracteres. (De facto, mesmo o número é debatido e contingente.) Proponentes de arranjos fluídos dizem que podem usar max-width em navegadores reais para se assegurarem que os comprimentos da linhas se mantém sãos, a dizem que tamanhos de tipos de letra muito grandes produzem linhas demasiado curtas (e também mão espacejamento entre linhas) em arranjos fixos.

Bem, esperem, pois linhas compridas poderá não ser tão mal como isso. Um documento feito por Mary C. Dyson, "Como o arranjo físico do texto afecta a leitura de texto no ecrã", resume muita da pesquisa disponível sobre comprimentos de linha, em particular estudos que observam só leitura em ecrã mas também estudos que aplicam incorrectamente leitura de documentos impressos ao ecrã.

Dyson explica que a maior parte dos estudos está mal concebida, com muitos factores "confundidos" que os investigadores não anteciparam. Não pode ser estudado o comprimento da linha, por exemplo (que poucos estudos fizerem de qualquer modo); tem também que consideram a modalidade (impresso versus ecrã), tipo de letra, espacejamento e resolução. (Ela esquece-se de mencionar a acuidade visual.) Contudo, a tendência nas pesquisas por sí citadas é razoavelmente clara:

A maior parte dos estudos sobre comprimento da linha relatam leitura mais rápida com linhas mais compridas... O aumento de caracteres por linha, mas mantendo um ângulo visual constante [outro modo de medir o comprimento da linha], pode resultar numa leitura mais rápida... enquanto diferenças no ângulo visual têm um efeito pequeno na velocidade de leitura no intervalo médio aplicável à maior parte dos ecrãs.

Isto não significa que as pessoas gostem de linhas mais compridas:

Em geral, as opiniões subjectivas de variáveis relacionadas com o formato do texto no ecrã não estão de acordo com as medidas de performance objectivas, tais como velocidade de leitura e compreensão. Embora linhas mais compridas possam ser lidas mais rapidamente, as pessoas preferem comprimentos mais moderados. Com colunas, uma coluna única mais larga é lida mais rapidamente, mas colunas mais estreitas são preferidas.

(Na leitura no ecrã, as pessoas acabam por dizer que preferem coisas que de facto são más para elas.)

A investigação de Dyson não é uma justificação para comprimentos da linha maratónicos. Só indica que o tema é mais complexo que na tipografia impressa e, julgo, que declarações categóricas são difíceis de defender com provas.

1 comentário:

Lucky Balaraman disse...
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