A minha opinião sobre a utilização de uma etiqueta meta para que as versões futuras do Internet Explorer se comportem em conformidade com as normas (mesmo que não no sentido jurídico do termo) não é de facto tão "pragmática" como isso. A quantidade de crítica (alguma acéfala, alguma fundamentalista, mas a generalidade bem fundamentada) que tem vindo a ser emitida é enorme. No artigo do Jeffrey Zeldman sobre o assunto há 235 comentários (quando estou a escrever isto). Nem todos os comentários são (só) sobre a inclusão ou não dessa etiqueta meta, mas também se dedicam a perguntar o que sucederia numa gama de potenciais cenários. Omissão da meta e de doctype válido ficando algumas delas confusas quanto ao modo de resposta que o navegador da Microsoft irá tomar.
Quando se estabelece uma norma (algo normalmente conservador) não se espera grandes inovações, mas espera-se não ter surpresas. É por isso que me parece que uma proposta de norma (como a OOXML) não deve incluir entre as suas regras algo que diga como se efectua ou efectuou na versão xpto fechada. Ou seja quando para uma coisa funcionar como deve funcionar ter que se ter um mecanismo especial (neste caso a meta) para a fazer funcionar correctamente então algo vai mal. Já tinham inventado o mecanismo do falso comentário (comentário condicional) para que a versão IE7 quase funcionasse correctamente e convenceram muita gente a aplicar o mesmo agora esperam não ficar entalados "obrigando" a seguir um caminho que não está de todo na norma.
O que me espanta um pouco desta vez é que uma série de pessoas, o próprio Jeffrey, o Eric, a Molly (sendo que esta tem a desculpa total de ser colaboradora da própria Microsoft) que estavam por detrás do movimento dos standards, que a Molly vem agora dizer que são de facto práticas recomendadas (no que tem razão claro) no final dos anos 90 do século passado se tenham aproximado tanto das posições da Microsoft como por exemplo Peter Quincy que diz, grosso modo, que há quem conceba um site em conformidade com os navegadores alvo, quem conceba um site em conformidade com as normas, mas que sem preocupações de reprodução exacta se degradam de modo suficientemente agradável e acessível em navegadores que não se comportem de forma adequada e finalmente quem tenha preocupações estéticas e ao mesmo tempo preocupações com a produção de sítios com uma reprodução quase uniforme numa gama alargada de navegadores e que por causa disso mesmo validando os seus sítios, incluem aqui e ali alguns elementos adicionais de modo a que os mesmos sejam bem reproduzidos.
Bom claro que quando falamos de standards os de HTML foi cedido pela ISO o poder ao W3C de os criar. Como se sabe o ISO do HTML corresponde sensivelmente ao HTML 2.0. (Um pouco conservador de mais.)
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