Durante as minhas férias da Internet um dos meus colegas do Planeta Geek enviou-me uma mensagem para eu aderir a uma campanha do Greenpeace designada «Peixe sustentável: Já!». Depois de ler o respectivo conteúdo e admitindo que se consome peixe que talvez não se deva consumir fiquei preocupado com o grau de hipocrisia que teria de ter para assinar tal campanha.
O meu consumo (e da minha família) de espécies em perigo é elevado, não sei bem porquê mas há uma pessoa da minha família que agora só quer/deseja comer coisas como bacalhau e joaquinzinhos (bem sei que não é permitido pescar a não ser como subproduto de outra pesca qualquer). Seria razoável pedir a alguma entidade que deixasse de vender tais produtos.
A segunda razão para não participar nessa campanha é por me lembrar de aqui há uns anos o Greenpeace se opor ao afundamento de umas plataformas de petróleo, uma das companhias era a Shell e, alguns anos mais tarde vir dar razão a essas companhias dizendo que se tinha enganado quanto aos impactos de soluções alternativas.
Comer peixe pescado do outro lado do mundo, tem custos energéticos elevados é verdade, mas também permite a essas populações deixarem a miséria (e viverem na pobreza) e aspirarem a algo melhor. Tenho que admitir que gosto da pescada congelada do Chile (isto para não falar de algum peixe fresco que viaja de avião). Não estou de facto qualificado para pregar moral e sustentabilidade a terceiros.
Actualização 2009-02-07:Hoje ao ver um artigo de Janeiro de Nicholas Carr encontrei a seguinte passagem com a qual me revejo:If reducing energy consumption were the company's top priority, it would launch a PR campaign to educate people about those implications. It would encourage us to be conscious of the time we spend online - and to try to reduce that time. It might even offer, perhaps as part of the Google toolbar, a little calculator that shows a running estimate of the grams of CO2 we emit during each Internet session. Or maybe it could put a little banner across its home page reading: "Is this search really necessary?"
But this isn't really about Google, which is only supplying us with services that we want. It's about us.
Originalmente publicada a 2008-10-25 às 14:36.
2 comentários:
então se não estas qualificado porque falas?
não estaras a misturar alhos com bugalhos? o que tem a ver uma coisa com a outra? nunca te enganaste?
descredibilizar a greenpeace porque não concordas com uma das suas acções seria como eu chegar aqui e chamar-te nomes e dizer mal de ti so porque não concordo com este post.
essa acção especifica tem uma questão de existir
leste?
http://www.greenpeace.org/portugal/lista-vermelha
não achas que é verdade?
achas que a tua forma de ajudar esses paises que falas é esgotando reservas de peixe, poluindo, destruindo, etc?
pensa bem nisso!
Não estou qualificado para pregar moral em relação ao caso em apreço pugnar por uma pesca sustentável ou mesmo por um estilo de vida sustentável. O meu estilo de vida não o é, nem tem tendência, pelo menos por agora, para se vir a tornar tal.
Dizeres que estou a descredibilizar uma organização por lembrar que ela comete erros é uma asneira, pois é com os erros que aprendemos, e ao admiti-lo como o Greenpeace fez aos meus olhos cresceu. O problema para mim é que por vezes boas intenções podem conduzir a resultados inesperados e gravosos.
Li, realmente. Até admito que possa ser insustentável a pesca de uma série de peixes dos quais consumo uma quantidade provavelmente acima da média e que incluem coisas como bacalhau, atum, linguado, peixe espada branco, peixe vermelho, pescada além de algum marisco como camarão.
Acho até que poderia ajudar mais se simplesmente não comprasse tanto deste peixe insustentável mas sou um poço de contradições.
Não acho que esteja a ajudar esses países, mas também não sei o que sucederia se repentinamente deixassem de vender pescado (a visão de esgotamento de reservas de peixe e poluição são desnecessárias para a argumentação) pois se repares em vez de dizer que determinadas organizações comerciais são as culpadas digo claramente e sem ambiguidades que o culpado sou eu que tenho hábitos predatórios, tendo a agravante de os reconhecer e é por isso que não assino esse documento, não é porque o Greenpeace errou uma vez, mas simplesmente porque gosto demasiado de determinadas coisas e prefiro neste caso enviar a cabeça na areia.
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