Aqui há uns tempos uma revista, nova, que dizia falar de Angola pediu a minha colaboração para poder publicar umas fotografias. Num primeiro momento disse que sim, pois não gosto de vedar acesso ao uso de conteúdos (um pouco como na política editorial deste blogue, cada um pode cá vir copiar e fazer o que quiser com a sua cópia não fico ofendido - isto normalmente).
A tal revista simpaticamente fez-me chegar uma cópia do seu número 2. Qual não foi o meu espanto quando aquilo com que me deparo é um pasquim de propaganda. Os jornalistas, se é que usam alguém que se lhes assemelhe, parecem só pedir informação sobre os temas tratados a quem ache que está tudo bem por lá ou em vias de o estar pela acção fabulosa dos seus governantes.
Enviei-lhe uma missiva em que declinava o convite. Aqui vou publicar algumas das fotografias que me preparava para lhes enviar. É verdade amo aquela terra, mas algumas destas imagens deixam-me mais triste outras mais optimista.
Mesmo um orgão de propaganda tem que ter cuidado e elaborar nos dias de hoje as matérias que foca com um pouco mais de equilíbrio. Há demasiadas fontes de informação para se limitarem a reproduzir loas ao regime e o de Angola no contexto africano nem será o pior - poderia é fazer muito melhor. Era necessário no mínimo aflorar os aspectos menos correctos.
O Dondo no final do período das chuvas parecia uma cidade a caminhar para o desaparecimento. Parece tudo algo abandonado. Lá, quando pequeno, nos primeiros anos da década de 70, apanhei um duche de óleo do Vauxall (o opel inglês) Victor (Série FD) e fiz sensação ao entrar à hora do almoço no Hotel do Dondo com a cara enegrecida. Mais de uma hora a lavar a cabeça e a cara para tirar o óleo.
Esta paragem de autocarro é a imagem da cidade, limpinha e a modernizar-se.
Os edifícios da era do ferro estão a ser mantidos, por vezes sem grandes conhecimentos por parte de quem o faz.
Esta é uma das muitas escolas profissionais montadas nos últimos tempos um pouco por todo o lado o problema é que depois não têm massa crítica para desenvolverem um projecto educativo profissionalizante minimamente sustentável.
Uma imagem exótica para nós europeus mas uma demonstração de adaptabilidade e inventividade. Isto é um galinheiro em plataforma elevada - conhecido na gíria por hangar - para evitar que as galinhas desapareçam.
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