Dia 27 de Maio entre as 21 e as 23 horas o Centro Ciência Viva da Floresta em Proença-a-Nova deva a efeito um encontro com Vitaly Chepel investigador do LIP-Coimbra e docente de física na Univerdade de Coimbra com o tema da energia nuclear.
Portugal é altamente deficitário na produção de energia em geral mas tem boas reservas de urânio. A construção de uma central nuclear em Portugal após o desastre de Chernobyl e recentemente Fukushima deverá ser equacionada ou definitivamente abandonada? Quais as vantagens e desvantagens? Porque é que a energia nuclear é tão questionada? Será que as mais recentes tecnologias reduzem ao mínimo os riscos de acidentes? E nós não utilizamos já a energia nuclear? Quais as alternativas? Estas e outras questões servirão de mote a uma conversa sobre um tema tão actual e tão polémico da ciência e da tecnologia.
2 comentários:
Tema interessante!
Eu sou pro-energia nuclear. Temos de por um pouco de parte os acidentes do passado e o medo do nuclear, aprendendo com os erros.
A verdade e que a energia nuclear e uma fonte reltivamente limpa e economica de energia.
Gostava muito de ver um estudo a analisar a situacao Portuguesa para concluir se a solucao para nos...
Acho que o que e importante e, em especial equacionar os custos de manutencao da central, incluindo sucessivos upgrades a cada, digamos, 20 anos, para garantir que estas continuam seguras.
Infelizmente, vivemos numa era do "verde" e da "reciclagem", temas estes altamente exagerados por propaganda que nos foi dada a comer durante os ultimos 30+ anos.
Logo, tenho serias duvidas que a maior parte dos cidadaos se queira informar, pondo logo de parte tudo o que tenha nuclear no nome.
Acho que o importante e perceber que situacoes como Chernobyl e Fukushima aconteceram por erros passados ou pela falta de manutencao / actualizacoes nas centrais.
Chernobyl tinha uma central sem qualquer controlo e seguranca, numa era onde nao havia sequer dinheiro para garantir a estabilidade da central (naquele pais).
Fukushima tinha uma central com 40 e tal anos.
Isto pode nao parecer muito mas, se pensarmos um pouco na tecnologiaque existia ha 40 anos (especialmente no que toca a monitorizacao), normas de seguranca, etc, rapidamente concluimos que muito pode ser feito para garantir que o passado nao se repete.
Infelizmente, gracas a incidentes como etes, deixou de se fazer investigacao numa area que ainda muito tinha para dar e que poderia resolver a crise energetica.
Abraco,
Luis Miguel
A única maneira de se avaliar se se deve ou não investir nesta ou naquela alternativa como fonte de energia primária é estudar/investigar, escutar especialistas sobre as vantagens e desvantagens de cada opção.
É pena que os acidentes na Ucrânia e Japão levem políticos medíocres a fazer fechar centrais com tecnologias diferentes em locais diferentes sem ouvir ninguém que saiba de facto aquilo que esteja a dizer (por vezes parecem reprodutores de opiniões e julgo que sabes qual a minha opinião sobre meras opiniões - não valem a ponta de um caracol), são necessárias ideias.
Com os cortes que se encontram no horizonte para a investigação nos próximos anos não estou a ver como manter sequer o actual nível e qualidade de especialistas em energia nuclear por cá.
Para um país do nosso tamanho e riqueza não nos podemos dar ao luxo de construir uma central que depois não pudesse funcionar por qualquer razão.
Por outro lado é necessário aumentar a eficiência da energia consumida de modo a que os custos unitários do que produzimos baixem (temos um dos níveis mais elevados de incorporação de energia nos nossos produtos e serviços na Europa).
Temos uma concentração populacional relativamente baixa mesmo em cidades como Lisboa e Porto. Já lá vai o tempo em que o Porto tinha um preço de energia eléctrica bem mais baixo que o resto do país para haver incentivo ao consumo da energia produzida nas barragens do Alto-Douro. A central poderia levar a reedição desta assimetria.
Está agora a decorrer um estudo com o título «Portugal Nuclear: Física, Tecnologia, Medicina e Ambiente (1910-2010)»
Os poucos estudos geológicos que "conheço" por ouvir dizer cobrem só o Douro, local onde um grupo de investidores quis em tempos construir uma central. Os estudos indicavam como zona com excesso de fracturas e com actividade sísmica recente e com possibilidade de aumento de actividade devido ao fecho do Mediterrânio (esta última razão eliminaria o resto do país).
Uma última observação 70% de inquiridos (não conheço a metodologia seguida no inquérito) recentemente rejeitou a instalação de uma central (não conheço sequer como foi colocada a questão).
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