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12 outubro, 2012

D. Sebastião volta pá! (ou não)

Esta entrada aqui deve-se a uma necessidade de explicitar o que penso sobre o dito do @brunofigueiredo:

ao que respondi:

A linha do Bruno parece ser a de um sebastianista (mesmo que não seja essa a sua intenção, mas que parece parece), espera que apareça um salvador da pátria. O tal ser incorruptível, corajoso e sem "amigos". Não partilho esta visão. Aquilo que desejo é que criemos hábitos e processos que sejam claros e simples (para poderem ser empregues) e levem à responsabilização de pessoas quando façam algo socialmente inaceitável. Entre esses hábitos deveria existir um que levasse as pessoas a serem consequentes com o que afirmam.

Não me parece razoável atirarem-se a uma pessoa porque ela presumivelmente não pagou de forma ilegítima 40.000.000€ e ache razoável não declarar o dinheiro que paga por baixo da mesa ao seu pessoal doméstico. Que ache que se deve liberalizar o trabalho na estiva mas não na sua especialidade pois nessa de acordo com essa pessoa há especificidades (e em muitas profissões há de facto especificidades sendo que cada um de nós não conhece a de muitas profissões).

Porra, estou outra vez a desviar-me do assunto. O tal dito do Bruno, começa por enfermar de pleonasmo. O Bruno escreveu pleonasmos, quando diz incorruptível tal ser teria de facto ser corajoso e não ter "amigos" (eu acrescentei as aspas). Uma pessoa incorruptível nunca faria fretes a quem quer que fosse e teria de ser corajoso.

Eu disse que tal ser não existe. Quando se chega a cargos no governo, fatualmente/fatalmente leva-se muita bagagem, assumiu-se muito compromisso, ficou-se com pouca margem para negar alguns pedidos/conselhos, não se chega lá só com mérito nas vidas profissionais ou outras. Infelizmente como as pessoas que o têm, o mérito, não estão para serem enxovalhadas em praça pública será cada vez menos possível chamar as mesmas para tais cargos.

Estou um pouco farto de salvadores da pátria, por vezes não por causa deles directamente mas por todas as pessoas que os acompanham. Há pessoas que me dizem que tal pessoa era um excelente presidente do conselho, incorruptível, que não tinha enriquecido à custa do seu posto de comando, mas se uma pessoa olhasse à volta podia ver-se quem o tinha feito e sem que se pudesse na altura apontar tal.

Não me parece que haja soluções fáceis e também não me parece que quaisquer que sejam as soluções tenham uma duração curta. Irrita-me que políticos não tenham coragem de o dizer explicitamente. Estou cada vez mais pessimista. Recuso-me a atirar a toalha ao chão.

Nota: Este artigo não é contra a expressão do Bruno, mas foi despoletado pela mesma.

Nota 2: Se na piadA sobre o judeu na ilha deserta, este construía duas sinagogas uma para ele e outra para a oposição eu tenho alguma dificuldade para ter UMA só certeza.

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