Num comentário no google buzz, João Sanches, dizia que achava que na TEDxBarcelona tinha gostado muito de uma apresentação de Alfons Cornella "Apresentação dos Desafios a serem Resolvidos pela Nova Geração". Alfons Cornella é um licenciado em física, cuja primeira actividade foi a divulgação científica, explicando coisas complexas de forma simples. Alfons Cornella fundou o site de referência de informação de inovação em Espanha o infonomia.com/.
Agora de volta à carne da palestra, os desafios a serem resolvidos pela próxima geração. Na sua apresentação, usando um quadro electrónico, Alfons Cornella depois de fazer uma abordagem à problemática diz a certa altura que a próxima geração necessita ter capacidade de resolução de problemas perversos. E alguém pergunta o que raio é um problema perverso? Problemas perversos são problemas persistentes, não completamente explicitados. Podemos ver algumas características de problemas domesticáveis vs perversos:
Problemas domesticáveis |
Problemas perversos |
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Pode ser formulado exaustivamente de tal modo que pode resolver-se sem necessidade de informação adicional |
Não há nenhuma formulação definitiva num problema perverso, não há uma “regra de detecção” Paradoxalmente só se podem formular quando há resultados (necessitam de informação adicional quando se alcança uma solução) |
Problema e solução são 2 coisas diferentes |
A formulação do problema corresponde ao estado da solução (e vice-versa) |
As soluções podem ser consideradas correctas e o seu espaço de possibilidades é restrito |
Não se pode afirmar que exista alguma forma de convergência. Estão restringidos aos recursos disponíveis: tempo, capital, dinheiro, paciência... |
As soluções fundamentam-se na lógica booleana (verdadeiro/falso) |
As soluções dependem do seu contexto e são valorizáveis como melhores ou piores |
A sua resolução funda-se num conjunto finito e conhecido de operacões permitidas |
A resolução (quando possível) realiza-se com base em princípios éticos |
O problema pode ser visto como uma descrepância em relação a um estado de normalidade |
O problema admite várias explicações não valorizáveis para a mesma descrepância em relação ao estado de normalidade, A escolha de uma explicação determina a natureza da resolução do problema perverso |
O problema não faz considerações adicionais |
A perversidade do problema pode ser considerada como sintoma de outro problema (talvez também ele perverso) |
A solução pode ser confirmada e tem carácter estático no tempo |
Não é possível a corroboração da solução pois esta tem carácter dinâmico e caótico |
Podem existir soluções prototípicas e que o problema seja classificável |
Cada problema perverso é essencialmente único. Não se repetem, a solução é “on demand” e requer adaptação (estrutural) |
A solução é um avanço numa curva de aprendizagem |
A novidade permanente torna inexistente a possibilidade de uma aprendizagem progressiva. A resolução de um problema perverso é pontual. |
Roubada descaradamente da wikipedia.
Nota lateral ele fala bem melhor do que desenha, mas como meio de ilustração do discurso oral não está nada mal.
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