Hoje tenho uma data limite para cumprir. Estou a fazer um post para o Blog Action Day. Mas o tempo é realmente tramado. Desta vez como péssimo elemento ficou mesmo para as últimas.
Ainda não sei muito bem sobre o que vou escrever. Mas entretanto chega-me ajuda sob a forma de um link no twitter para um artigo chamado «Monitorizar as alterações climáticas a partir de observatórios na Lua» que diz que o geofísico Shaopeng Huang faz um apelo a um esforço internacional para a instalação de estações de observação climática na Lua.
O seu raciocínio é a de que de momento não nos é possível avaliar qual a componente natural e qual a componente humana das alterações climáticas. Diz-nos ainda que alguns instrumentos deixados na Lua pela missão da Apollo 15 inadvertidamente fornecem-nos alguns dos dados de que necessitamos.
Isto leva-me a pensar que o acaso tem um poder muito grande. Nem sempre aquilo que concebemos acaba por ser aplicado naquilo em que pensamos.
Quando há alguns anos comecei a usar a Internet (usei uma coisa chamada Mosaic) não tinha a percepção daquilo que hoje podemos observar. Um muito grande repositório de informação sobre os mais diversos temas, uns mais esotéricos outros mais próximos do homem comum.
O tema das alterações climáticas e o tema mais generalista da ecologia não o bebi na internet mas sim no Expresso, 8obrigada Luisa Schimdt), nuns cadernos que o meu irmão mais velho adquiriu com uns textos do Carlos Pimenta (não encontrei nada de geito) e uns artigos do Arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, do tempo em que ele andava de metropolitano.
Só muito mais tarde comecei a explorar o tema na Internet incluindo hoje os passeios propostos em conjunto pela Google e Al Gore.
Hoje estou um pouco mais consciente de que não podemos continuar a explorar o nosso planeta gastando muito mais recursos do que aqueles que ele consegue regenerar. Entre algumas medidas que podem ajudar a mitigar o actual estado de coisas encontra-se a proposta para a Redução de Emissões Geradas por Desflorestação e Degradação em países em desenvolvimento. A REDD baseia-se no conhecimento de que a destruição das florestas tropicais contribui para o aquecimento global.
As florestas tropicais absorvem e guardam grandes quantidades de dióxido de carbono um dos principais gases responsáveis pelo efeito de estufa. A queima das matas ou a sua desmatação leva a que o CO2 aí armazenado seja devolvido à atmosfera, onde pode enclausurar calor aumentando gradualmente o calor.
Todos os anos desaparecem florestas tropicais com uma área de cerca 1,5 do tamanho de Portugal, contribuindo com 20% da emissão de gases de efeito de estufa - mais que todos os automóveis, camiões e aviões combinados.
Estes movimentos institucionais são acompanhados por movimentos particulares. Um pouco por todo o lado, vemos surgir iniciativas, de gente quase comum, para a redução de consumos energéticos como por exemplo a 10:10 (no Reino Unido com alguma expressão noutros locais), preservação do meio ambiente com limpeza de matas, como a Limpar Portugal onde espero participar no próximo ano.
4 comentários:
Por favor, não cometa o mesmo erro que outros: não contribua para a desinformação.
Leia s.f.f., por exemplo, o blogue Mitos-Climáticos, nomeadamente:
http://mitos-climaticos.blogspot.com/2009/10/manual-para-debates.html
e
http://mitos-climaticos.blogspot.com/2009/10/producao-descentralizada-tem-enormes.html
Exmo. Sr. Professor Pardal,
Como deve imaginar leio atentamente o blogue Mitos Climáticos. Li atentamente por exemplo a entrevista com o Sr. Professor Domingos Delgado.
Fui aluno do Professor Pinto Peixoto. Naturalmente formei uma opinião (aquilo que considero abaixo de uma ideia) sobre este tema. A minha opinião diverge desses dois ilustres professores.
A instalação na Lua de um observatório permitiria ficar a saber sem dúvida se as alterações climáticas são «provenientes das actividades humanas». Quer essas alterações se traduzam num extremar de temperaturas quer em diversas alterações localizadas quer de aquecimento, quer de arrefecimento, quer em alterações médias globais (neste particular aproximo-me das opiniões do Prof. Delgado Domingos).
Não tenho dúvidas, já deixei de ser tão naïve, que ache que não há negócios envolvidos neste tipo de iniciativa.
Como sabe alguns dos modelos de projecção da evolução meteorológica deram um aumento (que não se verificou, pelo menos, até agora) da temperatura na Antárctida. Estes modelos são do melhor que hoje se produz mas são realmente falíveis. A malha tridimensional ainda é demasiado larga. Não me recordo de ver modelos a preverem o aumento da chuva no Sahel, nem o aumento da produção piscícola em resultado da chegada ao mar, na costa australiana, de nuvens de poeira.
Mas por uma questão de prudência, acho que não devemos esticar demasiado a corda. Não vou ao extremo de dizer às pessoas para comerem menos (seria hipócrita da minha parte), não vou ao extremo de achar que as pessoas se devem abster de comer carne pois a sua produção leva a um consumo de recursos como a água elevado.
No entanto sou claramente a favor de dizer às pessoas para deixarem o seu carro em casa, se puderem andar ou no caso de terem transportes colectivos entre a sua casa e o seu local de trabalho. Ou a pelo menos fazerem carpooling algo que fiz com alguns colegas durante mais de 2 anos. Entretanto passei a andar a pé. Realmente não dava jeito subir as escadas de carro.
A redução de consumo tem até um efeito prático nas carteiras das pessoas, permite-lhe não gastar tanto ou gastar noutras coisas. Advogo mais uma redução de consumo e melhoria do eta do que propriamente produção pulverizada, mas sobre esta ainda não formei sequer opinião os problemas técnicos e não só são demasiado complexos e sobre isso preferia ter ideias (algo com sustentação).
Realmente leio o blogue indicado e alguns outros uns especializados no tema outros não. A formação de opinião e até de ideias, nem sempre será racional. Já pensou que quem possa estar a contribuir para a desinformação seja o sr. Professor Pardal.
Bem sei que a leitura de textos ligeiros é mais fácil e rápida. O tom panfletário-juvenil da Joanne que vem citado no primeiro artigo que me pede para ler não passa disso. Ao menos o Prof. Pinto Peixoto tinha argumentos mais interessantes.
Quando nesse panfleto se diz que a a absorção de energia pelo CO2 atingiu um pico e o aumento da sua concentração não aumenta a absorção é ignorar por exemplo que a uma concentração de CO2 de 97% em Vénus, o planeta irmão, corresponde uma temperatura de 462º.
Ao argumento de que a NASA não verifica a existência de fontes de calor nas proximidades dos observatórios meteorológicos, ela está simplesmente enganada. Verifica e elimina ou ajusta as respectivas curvas. O seu número elevado leva também a uma dispersão razoável. Os observatórios ao pé de fontes de calor não passam de ruído nos dados.
Admito que ler coisas como o Real Climate nos podem levar a pensar pelos nosso próprio cérebro e não pelo cérebro de algum propagandista.
Falei de uma experiência que pode retirar quaisquer dúvidas quanto à origem das alterações climáticas (dependendo de algo na Terra ou dependendo de algo de fora da Terra).
Depois falei daquilo que me levou a ter uma utilização mais criteriosa de recursos, água, energia ou quaisquer outros recursos. Depois falei de Al Gore quase de tangente. Não gosto do excesso de simplificação (similar ao da autora acima mencionada) empregue por ele. Não gosto ainda que tire tanto partido de uma decisão como a que eventualmente saia de Copenhaga faça de facto lobbying para juntar mais alguns milhões. No entanto estou essencialmente de acordo com ele, mas não com as suas práticas.
Quanto à opinião do Prof. Delgado Domingos só consigo dizer que não há almoços grátis. Qualquer que sejam as nossas acções ou omissões de acção teremos resultados mais ou menos adversos.
O único argumento, embora na minha opinião muito menos bem elaborado do que o de Lomborg e ainda a sua intervenção na TED, da Joanne de que se pode estar a atribuir recursos com prioridades não adequadas para não dizer erradas poderá eventualmente ter alguma razão.
Não sou um crente no aquecimento global. Mas também não sou um crente/cretino nas alterações climáticas naturais. De facto não gostaria de ter propriedades com alturas em relação ao nível média da água abaixo dos 10m, não gostaria de viver numa das ilhas paradisíacas no Pacífico que podem simplesmente vir a desaparecer caso os primeiros tenham razão. Se os segundos tiverem razão o único mal será uma atribuição incorrecta de riqueza e eventual não geração de riqueza.
O ler os argumentos da outra parte sem querer saltar etapas por vezes faz bem. Já no departamento de conselhos tenho um leia: The Discovery of Global Warming.
Lembre-se que valores medidos em 10 anos não têm qualquer significado especial em algo que se mede normalmente em centenas de anos para se perceber tendências. Se eu quizesse ser demagogo apontava para o NSIDC indicando que em 2009 o gelo no Ártico esteve mais uma vez em retirada, isto é o gelo permanente, omitindo que na Antárctida algo ao contrário se passa.
Realmente o problema não será resolvido com um simples post num blogue.
Não basta fazer elogios para aqui serem publicados os comentários. Se desejar comentar faça algo mais como por exemplo o Professor Pardal. Discordo dele. Mas prefiro isso, a dizerem muitos parabéns. Agora dê uma vista de olhos ao meu blogue. Sendo que o blogue em causa nada tem a haver com os temas aqui tratados. Mas mais grave que os temas é a ligeireza com que são tratados.
Isto é a minha ditadura só publico aquilo que acho apropriado ou quando tenho alguma empatia com a pessoa que comenta.
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