Web,ruby, Ajax ou qualquer outra coisa que me venha a cabeça (com prioridade para esta última)

20 janeiro, 2009

E agora chega à RTP

A novilíngua parece ter chegado à RTP, ao programa apresentado por José Malato. Pergunta: "Em que ano foi eleito pela primeira vez o presidente de Angola". Ênfase minha. Eleito? Não sei mas se fosse concorrente protestava contra perguntas como esta. As únicas eleições para a presidência da república em Angola não chegaram ao seu termo legal.

É como nos Sol cair é crescer.

Hoje vem numa página interior do Público o título: «Homicida do camião roubado...». Não será exagerar um bocadinho na liberdade que a língua nos dá. Contudo reconheço que a versão magoo do Público é fácil de ler e revela algum humor, pelo menos melhor que o meu actualmente.

P.S.: hoje estou picuinhas. Depois de um prós e contras a falar de anjos, desculpem, referendos locais, estou mesmo aborrecido.

2009-01-24O meu irmão do meio lembrou-me, hoje no meio de uma conversa sobre a variabilidade do sentido das palavras, que tinha a certo momento os jesuítas no Brasil tinham alguma dificuldade de comunicar com os índios pois estes tinham o hábito de mudar o sentido das palavras entre cada conversa com eles. Depois disso o meu irmão mais velho esteve-me a dar uma lição sobre a evolução da linguagem, com os seus momentos de diferenciação e mais rapidez de alteração do sentido e momentos de maior lentidão e menor diferenciação. Porra em que atoleiro me fui meter.

5 comentários:

Carlos Martins disse...

Posso estar a meter muita água, mas... qual é o problema nessa frase?

Pelo menos no dicionário online da Priberam, mostra "eleito" como:

"eleito | adj.
sing. part. pass. de eleger"

... mas caso esteja errado, peço desculpa! :)

Carlos Afonso disse...

Olha que eu penso que seja necessário haver eleições para alguém ser eleito. Quando se toma o poder pela força isso não é eleição. Ou estou errado?

Carlos Afonso disse...

Dito de outra forma, qualquer dia dizem que Pinochet foi eleito em 1973. Em 1975 não houve eleições em Angola, donde, digo eu, ninguém foi eleito.

Carlos Martins disse...

esquece... estava a levar isto para o lado da gramática.

Obrigado pelo esclarecimento.

Carlos Afonso disse...

De gramática já só me lembro e pouco das gramáticas das linguagens de computador.

Acho que saltas-te ou não associas-te a expressão novilíngua.

Mas o que eu queria salientar no texto é que qualquer dia ninguém consegue ler/ouvir notícias/programas se começarmos a usar "novos" sentidos para as palavras ou quando começamos, com alteração frequente do sentido das mesmas.

Não me preocupa minimamente umas vírgulas a mais ou a menos ou umas quantas gralhas (erros ortográficos) ou simplesmente "correcções" dos correctores ortográficos ou mesmo substituições de palavras por outras (porque fomos distraídos por algo) e depois não prestámos atenção e ao relermos, relemos com as palavras que julgamos ter escrito e não as que lá se encontram de facto.

Tal como tu poderá haver pessoas que não percebam porque achei aquilo mais uma areia na minha engrenagem. Porque é que achava deslocado o termo.

Ontem e anteontem foram dias lixados para mim e isso reflecte-se em duas coisas, necessidade de verbalizar alguma frustração (o termo preferido por mim é partir qualquer coisa e estou mesmo a falar do sentido literal do termo) e ficar picuinhas com tudo o que vejo/oiço/leio à minha volta (claro que autoexcluindo-me de qualquer autocrítica).