Há algumas pessoas que temem que a Central Nuclear de Fukushima sofra uma explosão nuclear, tal não é possível, não devido a uma engenharia especialmente feliz ou a uma operação sem mácula, mas sim devido às leis da física.
Os materiais num reactor nuclear e o nível de enriquecimento do urânio tornam impossível uma explosão nuclear do tipo daquelas para as quais se concebem armas nucleares. Por vezes ouve-se alguns curiosos idiotas a expressarem essa cretinice.
Uma explosão num reactor nuclear não é uma explosão nuclear e é impossível que o seja. Uma central nuclear usa um urânio com o isótopo urânio 235 em baixa percentagem, a maior parte é urânio 238, o qual não é fissível. Em comparação uma arma nuclear possui uma percentagem de U235 muito elevada. Além disse para que se dê uma explosão nuclear é necessário haver material radioactivo com massa crítica num instante e num volume muito pequenos. Numa central nuclear devido à baixa concentração de urânico fissível tal é impossível suceder.
Também se aplica o mesmo, falta de massa crítica, no caso do reactor do tipo mistura de óxidos de plutónio e urânio. O plutónio é produzido pelos reactores de urânio durante a sua operação normal. Os isótopos são também e felizmente do tipo errado na quantidade errada
Resumindo a concentração de combustível nuclear numa central é demasiado baixo para ocorrer uma reacção em cadeia explosiva. Na fusão dos bastões de urânio (a cerca de 2700 graus Celcius) o que sucede é uma produção muito grande de calor. Ao fundir espalha-se e entranha-se nas suas redondezas e a reacção em cadeia baixa gerando-se menos calor por isso.
Claro que podem ocorrer explosões convencionais, como as que já podemos testemunhar, claro que há o risco de se espalhar partículas radioactivas quer pelo ar quer pela água, mas as quantidades não se assemelham às que estariam em causa numa explosão nuclear.
3 comentários:
E pena que se estejam a usar estes acidentes para, mais uma vez, deitar abaixo a energia nuclear...
E preciso ver que esta central tem 40+ anos e existem novas tecnologias bastante mais seguras do que a usada naquele reactor.
A energia nuclear continua a ser bastante barata e limpa (bastante mais do que se pensa) so que, em vez de investirmos nela, estamos a procura de maquinas de movimento perpetuo, achando que essas sim seriam limpas e iriam resolver os problemas energeticos mundiais.
Os alemães trataram logo de decidir fechar centrais com mais de 30 anos, mas nem todos os países têm alternativas energéticas para as suas centrais já algo envelhecidas.
Quanto a ser uma energia barata, não faço a mínima ideia quando se entra em conta com as consequências dos acidentes mais graves. Não sei qual o custo para a Ucrânia do acidente de Chernobil.
E bem mais perto de nós a Central de Vandellós deve ter um custo de do kWh produzido bem elevado.
Posto isto, fico pocesso quando oiço na SIC falarem de explosão nuclear e não em explosão em central nuclear.
Ya, good point :o)
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